Sara & André

Conhecemo-nos no final do século passado. Eu (Sara) estudei Cenografia na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa, e eu (André) Artes Plásticas na Escola Superior de Arte e Design nas Caldas da Rainha. Fizemos muitas viagens antes, durante e depois dos nossos estudos, e foi durante uma dessas viagens, Londres, em 2004, que resolvemos iniciar um trabalho feito a 4 mãos. Dois anos mais tarde fomos escolhidos para o Anteciparte e desde então expomos regularmente o nosso trabalho.
1. Sara & André.
Sara & André
2. O que veem quando olham para a sua obra?
Em geral tentamos não fazer uma análise da nossa obra depois de concluída, por isso é-nos difícil responder a esta pergunta.
3. Que elementos não podem faltar numa exposição sua?
Cada projeto é diferente, seja pela proposta curatorial, pelo contexto em que é apresentado ou pelo tipo de ideia da qual partimos. Assim não há elementos indispensáveis.
4. O seu processo artístico em poucas palavras.
Normalmente é despoletado por um convite a participar numa exposição ou apresentação. Depois de alguma reflexão, discutimos as principais ideias entre nós e em seguida executamo-las da forma (técnica, dimensões, etc.) mais adequada ao desenrolar do projeto.
5. Artistas vivos ou obras que são uma referência para vocês.
Ultimamente temos andado à volta de Sturtevant, Ed Ruscha, Adam Broomberg + Oliver Chanarin, Sol LeWitt, Yoko Ono e Patrick Caulfield.
6. Tendências que vocês tem percebido ou acompanhado nas artes contemporâneas nos últimos 15 anos.
"A pedra de castigo ao canto da sala"; já não sabemos se foi escrito pelo Pedro Faro ou pelo Nuno Alexandre Ferreira numa L+Arte há alguns anos. A que também ouvimos chamar recentemente "basurismo" em Espanha, parece-nos a principal tendência das artes plásticas europeias desta década.
7. O que é que colocariam no seu cabinet de curiosités?
As coisas que juntamos, exceptuando parte dos livros, têm em comum talvez uma certa qualidade visual. Salvaguardado este aspecto, todo o tipo de coisas nos poderia interessar.
8. A experiencia como artistas residentes no CDAP.
Foi algo sensível por várias razões, ainda que tenhamos ficado contentes com o resultado final. Os aspectos negativos decorreram principalmente de termos utilizado dois seres vivos - um casal de pavões - o que, apesar de não terem sofrido nenhum acidente ou algo do género, nos deixou desconfortáveis ao ponto de dificilmente repetirmos um projeto da mesma natureza no futuro.