Heleno Bernardi

Nasci em Pouso Alegre, Brasil, em 1967.

Meu interesse por artes visuais vem desde a adolescência, mas só depois dos trinta e poucos anos comecei a produzir com dedicação e a construir uma carreira. Antes disso, estudei arquitetura e trabalhei com comunicação e design. Tenho múltiplos interesses como artista e experimento linguagens distintas. Costumo trabalhar com séries de obras que se conectam através de uma costura sutil e muitas vezes evidente.

 

1. Heleno Bernardi

Artista visual

2. O que vês quando olhas para a tua obra?

Pluralidade e pesquisa nos limites das linguagens

3. Que elementos não podem faltar numa exposição tua?

Não há nada que precise estar necessariamente numa exposição minha, pois trabalho com diversas linguagens. Mas me interessa e tento ser bastante rigoroso na junção de estruturas conceituais sólidas com potência física em cada obra.

4. O teu processo artístico em poucas palavras

Meu processo artístico é lento. Costumo trabalhar por séries independentes de obras que podem levar anos para se realizarem. Muitas vezes trabalho em várias séries ao mesmo tempo. Passo longas temporadas investigando determinado assunto, pesquisando relações conceituais e possibilidades matéricas antes de entrar no processo de fatura das obras. Quando passo propriamente para a realização, a reflexão anterior se junta ao experimentalismo e uma nova e demorada etapa começa até que o trabalho tome corpo.

5. Artistas vivos ou obras que são uma referência para ti

São muitos e em cada momento um ou outro me interessam particularmente. Mas, ao longo dos anos, posso citar a obra de alguns que têm me mantido acordado por suas próprias inquietações: Cildo Meireles, Tunga, Tom Waits, Raduan Nassar, Lygia Pape, Jim Jarmusch, Doris Salcedo, Matthew Barney, Olafur Eliasson, James Turrell, Roberto Corrêa dos Santos, Nuno Ramos, Yamandu Costa, Ernesto Neto, Antony Gormley e Adriana Varejão.

6. Tendências que tens percebido ou acompanhado nas artes contemporâneas nos últimos 15 anos

Acredito que a maioria dos artistas não se preocupa com tendências e eu me incluo neste grupo. Observar demais os movimentos pode induzir-nos a segui-los. Mas desconfio que há um interesse crescente pela desobjectualização. É um processo que já ocorre há décadas mas me parece que isto vem sendo cada vez mais praticado e aceito em todas as instâncias de produção e circulação da arte contemporânea.

7. O que é que tu colocarias no teu cabinet de curiosités?

Uma múmia.

8. A experiencia como artista residente no CDAP

Gostei de trabalhar e exibir lá mas não realizei residência no CDAP; espero em breve ter esta oportunidade.