Carlos Noronha Feio

Nasci em Lisboa em 1981. Vivo em Londres desde o ano 2000. Presentemente, sou candidado num Doutorando no Royal College of Art, apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em Londres. Fiz um MR Fine Art Practice and Research da University of the Arts London e um MA Fine Art da Middlesex University, também em Londres.

As minhas exposições mais recentes incluem: Discursive foundation of sunsigh na Narrative Projects em Londres; Banhados pela luz brilhante do pôr do sol na galeria 3+1 Arte Contemporânea, em Lisboa; Oikonomia: Uma Questão de Confiança no Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Museu do Chiado; Mostyn Open 19 na Mostyn, em Llandudno; Matter of Trust na Nottingham Contemporary, no Panteão Nacional Português; A Monster's Heart na Ve.sch, em Viena; The Flag: Instruction manual #2 no Sazmanab Platform for contemporary art em Teerão; Flat-Pack Native and Other Pacific Constructions na Carlos Carvalho Arte Contemporânea, em Lisboa; É um mundo novo! no Museu da Luz na Aldeia da Luz; This This Monster This Things na Ikon Gallery em Birmingham; You Are Now Entering no CCA Londonderry Derry, na Irlanda do Norte; Image Wars, no Abrons Art Center em Nova Iorque; Da outra margem do Atlântico: alguns exemplos da fotografia e do video português no Centro Cultural Helio Oiticica, no Rio de Janeiro; Imprinting the Social na Simulaker Galerija na Eslovénia. Também realizei outras exposições e performances no National Centre for Contemporary Art em Moscovo, Navikula Artis em São Petersburgo, na Fundação EDP em Lisboa e na Firstsite Gallery em Colchester. Di palestras e participei em conversas e seminarios, como: Calvert 22 Foundation, Courtauld Institute, Victoria and Albert Museum/The White Building, Chelsea College of Art, National Centre for Contemporary Art Moscow, Spike Island e Royal College of Art London, entre outras.

O meu trabalho está presente em varias coleções privadas e institucionais como: Museu Nacional de Arte Contemporânea no Museu do Chiado, Coleção Norlinda e José Lima e Coleção de Arte da Fundacao EDP em Lisboa; MAR-Museu de Arte do Rio, no Rio de Janeiro e Saatchi Gallery, em Londres. O meu trabalho foi incluído nas publicações The Art of Not Making: The New Artist/Artisan Relationship publicado pela editora Thames & Hudson, assim como no Nature Morte: Contemporary Artists Reinvigurate the Still Life Tradition publicado pela editora Thames & Hudson na sua versão em Inglês e pela editora Hirmer Verlag GmbH na versão em Alemão. 

 

1. Carlos Noronha Feio

Lisboa, 1981.

2. O que vês quando olhas para a tua obra?

Vida, uma tentativa de perceber, desenvolver, elucidar, confundir, ensinar, aprender, assimilar, disseminar. Algo que nunca estará ou será como eu gostaria, porque não sei bem o que gostaria que fosse, o que quero que seja. Sei pelo menos que não é estática, que me prega rasteiras e me ajuda no seu próprio desenvolvimento.

3. Que elementos não podem faltar numa exposição tua?

Penso todas as exposições em relação ao resto do meu corpo de trabalho, mas mesmo assim, gosto que vivam por si próprias. Soa básico este comentário, mas é importante.

4. O teu processo artístico em poucas palavras.

Multiplo

5. Artistas vivos ou obras que são uma referência para ti.

Marine Hugonnier, Cildo Meireles, Theaster Gates... São multiplo/as e cada qual por razões diferentes.

6. Tendências que tens percebido ou acompanhado nas artes contemporâneas nos últimos 15 anos.

Tenho seguido com interesse a desenvolvimento do discurso trans-nacional (particularmente tenho interesse no desenvolvimento do pós-colonial assim como a possibilidade de um pós-póscolonialismo. O seu desenvolvimento, o seu ciclo vicioso em relação a capital — provocando neo-colonialismos) assim como os mais recentes discursos sobre pós-internet, arte-util, Tactical Media. Tenho vindo a desenvolver um discurso pratico-teorético em relação a um campo que defino como uma arte estratégica. Semelhante a tactical media e Arte Util mas desenvolvido de forma a poder transpor o mundo da Arte, transpor as varias distributions of the sensible (Ranciere) e criar ferramentas para emancipação individual.

7. O que é que tu colocarias no teu cabinet de curiosités?

No que tenho andado a construir?

8. A experiencia como artista residente no CDAP.

O impulso da minha exposição foi do Paulo Reis, o planeamento começou com ele, e de certa forma nunca se chegou a concretizar. O trabalho que apresentei foi, de uma forma, o trabalhar em conjunto com ele em memória... A minha exposição já ocorreu depois dele falecer. Pouco tempo antes o Paulo mostrou uma video instalação minha numa exposição colectiva no Centro de Arte Hélio Oiticica no Brasil, e foi essa mesma peça que quis mostrar e mostrei no Carpe Diem. Foi uma forma de realizar uma exposição com toque dele, apoiado pela equipa do Carpe Diem.