João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira

WERTHER EFFECT

João Pedro Vale (Portugal)

Nuno Alexandre Ferreira (Portugal)

 

WERTHER EFFECT consiste num projecto desenvolvido em duas partes: um filme e um conjunto de objectos utilizados para a sua realização.

O projecto tem como ponto de partida o livro de Goethe “Os Sofrimentos do Jovem Werther” e não só se desenvolve em torno do seu enredo, mas também de um conjunto de pressupostos enunciados por Goethe, como a sua teoria da cor e a relação do autor com a cidade de Weimar, também conhecida por ter sido aí fundada a escola Bauhaus.

Acima de tudo, é a ideia de “Werther Effect” associada ao suicídio, o tema fundamental do projecto. “Werther Effect” foi o nome dado ao fenómeno de imitação de suicídios de pessoas famosas (copycat suicide) e refere-se ao facto de após da publicação do livro, ter existido uma vaga de suicídios encenados a partir da morte do protagonista.
O filme descreve o processo de um grupo de actores, artistas, artesão ou membros de uma seita, comunidade utópica, banda, etc... que são levados a cometer um suicídio colectivo. Partindo de uma estrutura tripartida, numa referência óbvia ao ballet triádico de Oscar Schlemmer, assistimos a diversas situações que remetem para dimensões temporais distintas, sempre numa lógica de representação de uma época que não se pretende verídica ou fidedigna.
Deste modo o tempo actual é representado como uma época new age que tem tanto de futuro como de visão retro psicadélica, tal como o futuro era projectado no apogeu dos filmes sci-fi. Nesta “actualidade”, o grupo de actores decide levar à cena uma peça fictícia que teria sido escrita algures nos anos vinte do século passado chamada “Efeito Werther” que descrevia as acções de um grupo de artesãos modernos, membros de uma comunidade futurista adepta do amor livre, que perante a ascensão da ideologia nazi na Alemanha, decide que o suicídio colectivo é a última forma de resistência que lhes resta contra a subjugação a essa mesma ideologia.
No Carpe Diem Arte e Pesquisa o filme será mostrado em conjunto com uma série de peças e objectos construídos para a realização do filme. Durante a exposição serão realizados um conjunto de workshops/terapia em colaboração com Daniel Martins onde serão exploradas as temáticas do filme.

 

Horário de exibição do filme:

13h - 14h30

14h30 -16h

16h -17h30

17h30 - 19h

 

João Pedro Vale nasceu em 1976 em Lisboa, onde vive e trabalha. Licenciou-se em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e estudou na Escola Maumaus. Tem realizado, desde 1999, diversas exposições individuais e colectivas tanto em Portugal como no estrangeiro.

Das suas exposições individuais destacam-se: Galeria Leme, São Paulo (Brasil); NurtureArt, Nova Iorque (EUA); Fundação PLMJ, Lisboa; Museu do Chiado, Lisboa; Wuestenhagen Contemporary, Viena (Áustria); Museo Union Fenosa, Corunha (Espanha). Das suas exposições colectivas destacam-se: Fundação EDP; Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura; Museu do Chiado; Museu de Serralves; Museu Berardo; Elipse Foundation; CAM - Gulbenkian; Museo Patio Herreriano de Valladolid (Espanha); Centre PasquArt (Suiça); Estação Pinacoteca e Centro Helio Oiticica (Brasil); Gasworks, Londres (R.U.); Smithsonian Museum, Washington (EUA).

As suas obras fazem parte de colecções particulares e públicas, entre as quais, Tate (Londres), Fundação de Serralves, Museu do Chiado e Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 2002 foi nomeado para o Prémio União Latina e em 2004 ganhou o prémio City Desk de Escultura. Tem desenvolvido o seu trabalho em meios que vão desde a escultura à fotografia, performances e filmes.

Tem produzido e realizado um conjunto de longas-metragens experimentais em parceria com Nuno Alexandre Ferreira, onde tem colaborado com actores como John Romão ou André Teodósio, apresentadas tanto em Portugal (Museu Colecção Berardo, Festival Temps d'Image, Queer Lisboa, Cine Clube de Ponta Delgada) como em Nova Iorque (SVA Theater). Desenvolve ainda o projecto editorial “P-Town”, um queerzine de cruzamento de temáticas LGBT e a ideia de portugalidade.


Nuno Alexandre Ferreira nasceu em Torres Vedras, em 1973. Vive e trabalha em Lisboa. Estudou Sociologia na Universidade Nova de Lisboa. Desde 2004 que colabora com João Pedro Vale em projectos em onde proliferam, desde 2008, meios que vão desde a escultura à fotografia, passando pela produção de exposições, performances e filmes. Em 2009 apresentaram "Hero, Captain and Stranger" (Cine Paraíso, Museu Colecção Berardo e SVA Theater em Nova Iorque). Em 2010, “English As She Is Spoke" (Cine Clube de Ponta Delgada, Cinema Nimas/Festival Temps d'Image e Fundação PLMJ) e em 2012 "O Rei dos Gnomos" (Paço dos Duques/Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, Galeria Leme – Brasil – e Teatro do Bairro/QueerLisboa). Desde 2011 que desenvolve, em parceria com João Pedro Vale, o projecto “P-Town” resultante de uma residência que ambos realizaram em Provincetown, Massachusets (EUA) com a realização de exposições (NurtureArt, em Nova Iorque e Galeria Boavista em Lisboa) e publicação de um queerzine de cruzamento de temáticas LGBT e a ideia de portugalidade.

 

Site João Pedro Vale

Galeria Leme

 

Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian e Diamantino Filmes