Barthélémy Toguo
Road for Exile
Barthélémy Toguo (França/Camarão)
Para sua primeira exposição em Portugal, Barthélémy Toguo vai criar uma instalação específica, Road for Exile, na sala Branca do Palácio Pombal em Lisboa. É uma obra que testemunha a diversidade do trabalho de Toguo como o vídeo, a escultura e o desenho que orquestram esta instalação. Ele trabalhará com estudantes de arte para instalar um pano de mosqueteiro que vai cobrir todo o espaço e criar um universo idílico. No centro, uma barca de madeira, fragilizada por garrafas que causam uma grande vaga. É uma alegoria, uma utopia às viagens perigosas e difíceis para atingir a “terra prometida”.
Em Road for Exile o artista questiona o sentido de viagem como um lugar de sonhos.
A metáfora da viagem para Toguo é a viagem dos milhões de imigrantes que se lançam ao mar em busca de uma outra realidade. Uma obra de forte carga política, onde reflecte sobre o real e o imaginário, o sonhado e o vivido, o desejado e o disponível.
Barthélémy Toguo diz: “Estamos todos em permanente tránsito. Esta é uma noção inerente ao homem do século XX e XXI. Não importa que seja branco, preto, amarelo.
É um ser de certa maneira exilado em potência e arrastado pela força do viajar que o desloca. Nós deslocamo-nos de um lado para o outro com a ajuda de diferentes meios, trazendo nestas viagens a nossa cultura que choca com a outra. Este confronto pode ser bonito ou difícil. As viagens sucedem-se ao ritmo frenético da nossa sociedade.
Nós estamos constantemente em movimento. Portanto mais do que nunca, esta noção de “transitar” é actual, talvez de maneiras diferentes já que a sociedade está em constante evolução”.